Governo
celebra reabertura dos mercados de China, Egito e Chile à carne brasileira
Ministro da Agricultura destaca "vitória de
nossa capacidade exportadora" em nota
Maiores compradores da carne brasileira, chineses
ainda não confirmaram reabertura oficialmente
São Paulo
25 MAR 2017 -
15:25 BRT
O Blairo Maggi inspeciona frigorífico no Paraná, na
terça-feira, 21 de março. RODRIGO FONSECA AFP
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O pesadelo que assombrou o
mercado da carne brasileiro após a deflagração da Operação Carne Fraca, há
pouco mais de uma semana, parece estar passando. A investigação sobre um
esquema de fraude e propina que envolve ao menos 21 frigoríficos jogou sombra
sobre todo o setor e levou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) a
calcular uma queda de 20% nas exportações do setor neste ano.
China, Hong Kong, União Europeia, Coreia do Sul e Chile anunciaram a suspensão
temporária das compras dois dias após a operação. A Coreia do Sul voltou atrás
no dia seguinte e, neste sábado, o Ministério da Agricultura celebra em nota a
"reabertura total" do mercado chinês à carne brasileira. Horas
depois, o Governo adicionou Chile e Egito ao rol de mercados reabertos.
Na nota assinada pelo ministro Blairo
Maggi, o Governo diz que a liberação chinesa — o maior mercado para a
carne brasileira — "trata-se de atestado categórico da solidez e qualidade
do sistema sanitário brasileiro e uma vitória de nossa capacidade
exportadora". "Nos últimos dias o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento, o Itamaraty e a rede de embaixadas do Brasil no exterior
trabalharam incansavelmente para o êxito que se anuncia hoje", celebra o
ministro.
Segundo o
Governo brasileiro, "a China nunca fechou o mercado aos nossos produtos,
mas apenas tomou medidas preventivas para que tivéssemos a oportunidade de
oferecer todas as explicações necessárias e garantir a qualidade da nossa
inspeção sanitária". A notícia vem em boa hora para evitar a perda de
mercado, já que países como a Argentina enxergaram oportunidade na crise da carne brasileira
para tomar mercado do vizinho.
Apesar da boa notícia
internacional — que ainda não foi confirmada oficialmente pelo próprio Governo
chinês —, as reverberações da Operação Carne Fraca parecem longe do fim. As
investigações seguem — 33 servidores do Ministério da Agricultura foram
afastados — e nesta sexta-feira os frigoríficos paranaenses Souza Ramos,
Transmeat e Peccin foram instruídos a recolher as carnes e seus produtos distribuídos a
supermercados — e mesmo aqueles já vendidos aos consumidores.
Preocupado com os impactos da
crise da carne para a economia local, o Governo brasileiro tem destacado que os
problemas identificados pela Operação Carne Fraca são pontuais. O presidente
Michel Temer voltou a tocar no assunto na sexta-feira, quando disse que a carne
brasileira é "forte" durante cerimônia de entrega de casas do
programa Minha Casa, Minha Vida.
Neste sábado, Temer fez questão
de se manifestar mais uma vez sobre o assunto, desta vez em nota, para dizer
que "a decisão do governo da China de reabrir o seu mercado à proteína
animal produzida no Brasil é o reconhecimento da confiabilidade de nosso
sistema de defesa agropecuária". "Nosso país construiu grande
reputação internacional neste segmento. E o posicionamento chinês é a confirmação
de todo trabalho de esclarecimento levado a termo pelo governo brasileiro
nestes últimos dias em todos os continentes", disse Temer, que destacou um
agradecimento especial ao presidente Xi Jinping. "Estamos plenamente
confiantes que outros países seguirão o exemplo da China", finalizou o
brasileiro.
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